domingo, 21 de junho de 2009

"Ai, que beleza tamanha"

Sabem quem é o jovem da imagem? Não é feio realmente. Mas é assim tão belo que valha a pena morrer de amor por ele?

Pois que Narciso gostava tanto da imagem de si próprio que acabou por morrer a contemplar-se.

Há ainda outra história (não tão mitológica) que conta que o lago sobre o qual Narciso se debruçava ficou desgostoso com a morte daquele. Mas não pela beleza do jovem rapaz. Parece que também o lago se contemplava ao ver o seu reflexo nos olhos de Narciso e perdeu, assim, o seu espelho.

Eco e Narciso (pormenor), John William Waterhouse, 1903

Às vezes penso que não perdia em ser mais narcisista. Mas depois penso: e se todos o formos? Talvez já existam cegos suficientes. Daqueles que estão tão concentrados em si que perdem a beleza de tudo o que os rodeia.

E, mal por mal, já que em terra de cegos quem tem olho é Rei, mais vale continuar a ver.

Sem comentários:

Enviar um comentário